sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Dar prazer é ter poder?

Para começar, não sabia como essa coluna traria repercussão e comentários; quer dizer, eu sabia, mas não sabia que iam ser comentários positivos.
poder e prazer
Nunca antes na história do meu facebook, nem na época em que eu comentava sobre política, o meu inbox foi tão movimentado. Amigas que eu nem imaginava que iriam ler a coluna me dizendo que estavam eufóricas com a próxima – no caso a de hoje – quanta pressão! Mas como eu não sou de negar fogo – literalmente – vamos sim ter um segundo artigo, afinal, ninguém me apedrejou em praça pública, nem me chamou de bruxa, ou de puta.
O tema dessa coluna, que com certeza vai dar o que falar é – As Mulheres sentem prazer em ver o parceiro ter prazer? Sim, é o que 90% das minhas colaboradoras afirmaram categoricamente. Eu sinceramente, me assustei com as respostas, achei que menos mulheres se preocupavam com o prazer masculino. Afinal, estamos sempre às voltas com o nosso próprio – difícil e carrasco – orgasmo. Então mudei o foco do artigo e inclusive o da pergunta, o fato é – Dar prazer é ter poder?

Segundo uma amiga, linda, poderosa e mãe mais de uma vez me disse que sim, é poder, “é delicioso ver o parceiro gozar, dá uma sensação de poder sabe, do que a gente foi capaz de causar no homem”. E ainda perguntei a ela se achava que isso era uma exclusividade dos casais em relações monogâmicas, e ela foi taxativa, “sempre fui assim”.
A mulher é poderosa mas não se dá conta disso, os homens quando perguntados sobre o que os excita e os faz sentir mais poderosos no sexo, dizem sem pestanejar: Ver a mulher gozando. Ora, se o maior prazer do homem é ver a parceira gozar, e o poder da mulher é ver o homem gozando, cassetada! Somos poderosas demais! Temos e oferecemos poder ao mesmo tempo. É hora de liberarmos esse ‘inner power’.
Mulheres sempre tiveram poder, um poder sexual que destruiu grandes homens ao longo da história, para citar algumas; Helena de Troia, Cleópatra, Jezabel, entre outras. Negar esse poder da mulher sobre o homem é reafirmar de certa forma, esse medo que temos de ser objeto sexual, quando na verdade o poder é nosso. Uma colaboradora me disse o contrário, “Acho que essa é a vontade da mulherada, para a maioria, dar prazer é sinônimo de ter poder, mas,não quer dizer que seja assim”. E realmente não é, algumas se valem apenas disso. Mas podemos condenar esse comportamento? Não é esse também um motivo de celebração, a liberdade sexual que tanto lutamos e defendemos? Como o lema da Marcha das Vadias; Seu corpo, suas regras.
Poder é fato que temos, a questão é como usamos esse poder. Uma mulher solteira e com inúmeras possibilidades pode não saber usar esse ‘poder sexual’ ao passo que uma mulher casada pode usar e abusar dele ao ponto de escolher o que quer ou não no sexo. “Eu tenho poder sexual, meu marido é louco por mim, a gente transa pra caramba, várias vezes na semana e temos filhos, a gente tenta sempre novidades e ele está sempre louco de tesão. Isso me dá poder para dizer com todas as letras – Na porta dos fundos – NEVER”.
Morro de rir com o comentário e penso que as mulheres hoje tem muito poder sexual, e segundo o que uma recém solteira me disse “Só homem babaca hoje em dia, fica preso por causa de sexo, temos poder ali no ato, durante a transa, mas no dia a dia, dificilmente um cara vai ficar enfeitiçado pela chamada ‘buça de ouro'”. A ‘buça de ouro’ existe, conheço uma meia dúzia de homens enfeitiçados somente pela possibilidade de ter aquela mulher, fantasiam e se doam ingenuamente, ou não. As inteligentes, ou espertas se valem desse poder e o usam. Vejo isso todos os dias nos lugares onde transito, esse poder sendo usado, inclusive, é mais forte o poder da transa imaginária. Esse poder é infinitamente maior.
Ter poder sexual não faz de nós prostituas ou ‘sem-vergonhas’ como diria um amigo, mas faz de nós seres livres e capazes de decidir o que queremos ou não. E discutir esse assunto de forma livre e sem tabus, nos dá ainda mais poder. Let´s go girls! Don’t waste your girl power!


As opiniões são o que movem essa coluna, mais do que citar as grandes feministas, ou os filósofos, gosto do empírico, do dia a dia. Adoro conversar sobre sexo, ver como a mesma questão faz cada uma ter uma opinião, que no somatório geral nos ajuda a entender esse complexo e maravilhoso mundo onde vivemos. E confesso que me sinto mais a vontade nesse segundo artigo, me sinto quase relaxada, mas não, ainda não gozei com ele, o artigo. Mas estou quase lá.

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